últimos dias do poemário, alimentado pela esab

URGENTEMENTE

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
Muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

EUGÉNIO DE ANDRADE [Póvoa de Atalaia, 1923 - Porto, 2005], in ATÉ AMANHÃ, 1956

(poema seleccionado pela Escola Secundária de Avelar Brotero, para o dia 26 de Fevereiro).

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